Edição 431 - Revista: O Carreteiro
40 anos Atualidade
"Competência não tem sexo"
Cautela ao volante, paciência no trânsito e cuidados operacionais com os veículos estão entre as qualidades atribuídas às mulheres carreteiras, constantemente avaliadas e preferidas por empresas de transporte de carga.

Texto Alessandra Sales Fotos Fernando Favoretto
Descentralizar a ideia de que caminhão é um veículo apenas para ser dirigido por homens se tornou comum, tendo em vista que as mulheres conquistaram espaço e assumiram papel de destaque na profissão, encorajadas pela paixão, capacitação profissional e pelo empenho ao longo de muitos anos. Com o avanço das novas tecnologias inseridas aos veículos pesados, tornando-os mais fáceis de serem conduzidos, o ingresso do sexo feminino no setor foi facilitado.

Os cuidados e o zelo que as motoristas têm com os caminhões e a postura são diferenciais que pesam a favor das mulheres, afirma André Ferreira, da Rápido 900.

Para evitar a propagação do ato, o presidente da Braspress, Urubatan Helou, adotou a filosofia “competência não tem sexo” e, aos poucos, esse sentimento por parte dos homens tem desaparecido. “Hoje, as próprias motoristas de carretas e veículos urbanos da empresa se sentem reconhecidas pela conquista do espaço nas estradas, antes dominado pelo sexo masculino”, revela.
Valéria destaca que a tendência é aumentar cada vez mais o número de mulheres motoristas na Braspress, uma vez que um novo mercado de trabalho foi aberto para elas. E mais, afirma que elas concorrem com os homens nas mesmas condições. “O presidente faz questão de que na hora da contratação o quadro de motoristas numa filial, por exemplo, seja preenchido com 50% de motoristas mulheres e 50% de homens”, finaliza.
Outra transportadora que também investe na profissionalização de mulheres no transporte de cargas é a Rápido 900, por acreditar que a presença do sexo feminino gera visibilidade e credibilidade à empresa. Há quatro anos na iniciativa, a transportadora registrou crescimento de 11% na participação de mulheres. Atualmente, conta com 13 motoristas mulheres, com idades entre 38 e 53 anos, que dirigem de veículos a carretas.
André Ferreira, diretor de Novos Negócios e Marketing da Rápido 900, cita os diferenciais que pesam a favor das mulheres na hora da contratação. “Cuidados e o zelo que elas têm com os caminhões, além de dedicação, postura, atenção, disciplina, segurança, responsabilidade e bom humor.” Ferreira faz questão de dizer que não há tratamento diferenciado entre mulheres e homens, sendo todos respeitados da mesma forma. Lembra que elas buscam seu espaço na profissão e já não sofrem tanto com o preconceito como anos antes. “Esse assunto está bem entendido nos dias de hoje. Aos poucos, as mulheres conquistaram o respeito e a admiração profissional de todos”, explica, acrescentando que, de uma forma geral, os homens já lidam melhor com o fato de hoje ter mulheres em profissões antes vistas como apropriadas ao sexo masculino, como taxista, piloto de aeronave, policial, bombeira, engenheira, eletricista, etc.
Para o executivo, a expectativa da Rápido 900 é de aumentar o quadro de funcionários nos próximos anos. “A perspectiva é muito boa, em razão da procura por motoristas e agregados, sem diferenciação de gênero, mas que detenham os requisitos exigidos pelo setor de contratação e pela rotina de trabalho”, conclui.
Competência não tem sexo mesmo, isso é fato, criamos com o passar dos anos um conceito mais elaborado sobre competência e com certeza a mesma está no DNA de cada pessoa, isso associado a uma boa formação e qualificação resulta em qualidade ao cliente final................
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