terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"Competência não tem sexo"

Edição 431 - Revista: O Carreteiro

40 anos Atualidade
"Competência não tem sexo"

Cautela ao volante, paciência no trânsito e cuidados operacionais com os veículos estão entre as qualidades atribuídas às mulheres carreteiras, constantemente avaliadas e preferidas por empresas de transporte de carga.





Texto Alessandra Sales Fotos Fernando Favoretto

Descentralizar a ideia de que caminhão é um veículo apenas para ser dirigido por homens se tornou comum, tendo em vista que as mulheres conquistaram espaço e assumiram papel de destaque na profissão, encorajadas pela paixão, capacitação profissional e pelo empenho ao longo de muitos anos. Com o avanço das novas tecnologias inseridas aos veículos pesados, tornando-os mais fáceis de serem conduzidos, o ingresso do sexo feminino no setor foi facilitado.

O que era a princípio uma ação de marketing, logo passou a ser um diferencial em relação a outras empresas, destaca Valéria Nóbrega, da Braspress. Embora ainda não haja tantas mulheres dirigindo caminhão pelas estradas, hoje a história é bem diferente de tempos atrás, a começar pelas empresas que preferem contrata-las alegando uma série de comprovações: cautela no volante, cuidados operacionais com os veículos, educação com os clientes, paciência no trânsito e redução na manutenção do veículo. A Braspress Transportes Urgentes, por exemplo, investe na contratação de mulheres desde 1999. Atualmente conta com 225 profissionais ativas. “A princípio era apenas uma ação de marketing. Após a percepção na redução financeira, com batidas e manutenção, passou a ser um diferencial em relação às outras empresas do segmento”, informa Valéria Nóbrega, gerente Nacional de Recursos Humanos da empresa.
Os cuidados e o zelo que as motoristas têm com os caminhões e a postura são diferenciais que pesam a favor das mulheres, afirma André Ferreira, da Rápido 900.

Segundo ela, a iniciativa contribuiu para reunir muitas histórias de mulheres diferentes, partindo do princípio que ingressaram na profissão por causa da paixão pela direção, além do incentivo do pai, marido ou irmão. Apesar de gostarem do que fazem, elas também tiveram de enfrentar preconceito no início.
Para evitar a propagação do ato, o presidente da Braspress, Urubatan Helou, adotou a filosofia “competência não tem sexo” e, aos poucos, esse sentimento por parte dos homens tem desaparecido. “Hoje, as próprias motoristas de carretas e veículos urbanos da empresa se sentem reconhecidas pela conquista do espaço nas estradas, antes dominado pelo sexo masculino”, revela.
Valéria destaca que a tendência é aumentar cada vez mais o número de mulheres motoristas na Braspress, uma vez que um novo mercado de trabalho foi aberto para elas. E mais, afirma que elas concorrem com os homens nas mesmas condições. “O presidente faz questão de que na hora da contratação o quadro de motoristas numa filial, por exemplo, seja preenchido com 50% de motoristas mulheres e 50% de homens”, finaliza.
Outra transportadora que também investe na profissionalização de mulheres no transporte de cargas é a Rápido 900, por acreditar que a presença do sexo feminino gera visibilidade e credibilidade à empresa. Há quatro anos na iniciativa, a transportadora registrou crescimento de 11% na participação de mulheres. Atualmente, conta com 13 motoristas mulheres, com idades entre 38 e 53 anos, que dirigem de veículos a carretas.
André Ferreira, diretor de Novos Negócios e Marketing da Rápido 900, cita os diferenciais que pesam a favor das mulheres na hora da contratação. “Cuidados e o zelo que elas têm com os caminhões, além de dedicação, postura, atenção, disciplina, segurança, responsabilidade e bom humor.” Ferreira faz questão de dizer que não há tratamento diferenciado entre mulheres e homens, sendo todos respeitados da mesma forma. Lembra que elas buscam seu espaço na profissão e já não sofrem tanto com o preconceito como anos antes. “Esse assunto está bem entendido nos dias de hoje. Aos poucos, as mulheres conquistaram o respeito e a admiração profissional de todos”, explica, acrescentando que, de uma forma geral, os homens já lidam melhor com o fato de hoje ter mulheres em profissões antes vistas como apropriadas ao sexo masculino, como taxista, piloto de aeronave, policial, bombeira, engenheira, eletricista, etc.
Para o executivo, a expectativa da Rápido 900 é de aumentar o quadro de funcionários nos próximos anos. “A perspectiva é muito boa, em razão da procura por motoristas e agregados, sem diferenciação de gênero, mas que detenham os requisitos exigidos pelo setor de contratação e pela rotina de trabalho”, conclui.

Fazer Recursos Humanos: Tarefa difícil

Quem é profissional desta área sabe do que estou falando. Precisa ter muita dedicação e gostar de gente para compreender as dificuldades e enfrentá-las com carisma, dedicação e argumentações baseadas na legislação, CLT e demais ferramentas que dão suporte seguro para este profissional. Veja a seguir uma entrevista na páginas 73 e 74 para a Revista Braspress News sobre implantação de RH.

http://www.braspress.com.br/files/BraspressNews14.pdf

Boa leitura.